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LuxSalus.blogspot.com/Terapia da Escrita II (cont.)

Um caminho para podermos trabalhar os sentimentos e emoções que quando exacerbados provocam o stress: fonte primeira da existência de desequilibrios que acabam por produzir "doentes". Muitas vezes, a nossa necessidade fundamental é somente sermos ouvidos, pois falando (ou na presente situação: escrevendo), podemos analisar aquilo que sentimos e assim entender mais claramente os motivos de nossos problemas.

COMO PARTICIPAR

Observe o número que antecede a situação; se julgar que o seu problema é semelhante, indique o número e relate-o detalhadamente no e_mail, se possível e se esse for o seu desejo.

Se você quiser desenvolver seu personagem, também é possivel, mas é necessário que você nos informe e posteriormente acompanhe o desenvolver e a estrutura da estória.

Endereço de e_mail a utilizar:

luxsalus@gmail.com

REGISTROS

ADVERTÊNCIA

O CONTEÚDO DESTE TEXTO É INADEQUADO PARA MENORES DE 14 ANOS.
CONTÉM PALAVRAS DE BAIXO CALÃO, DESCRITIVOS SENSUAIS E DE VIOLÊNCIA.

Terapia da Escrita II - Era Uma Vez... (cont.)

V

Jardel saiu e Augusto ficou no clube, afinal era solteiro, não precisava dar satisfações a ninguém; portanto, considerou que poderia ter (124) uma noite mais movimentada, agressiva. Faltava apenas a (125) companhia. Assim dirigiu-se às quadras de tênis, onde as mulheres mais (126) “bem preparadas” ficavam jogando.

- Haviam diversos associados jogando e em uma

delas,duas mulheres jovens jogavam

descontraidamente; Augusto sentou-se em uma pequena arquibancada e ficou apreciando o jogo e muito mais, as duas mulheres; ele não as conhecia, (127) mas acreditava que a sorte o favoreceria e não demorou muito para que tal acontecesse: ao rebater uma bola, a jogadora aplicou muita força no efeito e a bola atingiu em cheio o rosto de Augusto, que só pôs a mão sobre a face e fez um ar de dor. Ambas as jogadoras se dirigiram até ele para ver se tinha machucado; (128) Augusto que é macaco velho no assunto, dramatizou um pouco mais, valorizando o ocorrido de modo a atrair a atenção das jogadoras para ele.

(129) Eunice, a mais experiente, logo entendeu a jogada e se afastou não dando muita atenção, mas Carla se aproximou mais e Augusto (130) preparou o bote:
- Puxa! Sinto muito! Acho que rebati com muita força... está doendo muito? Está vermelho onde a bola atingiu!
- Não! Não se preocupe respondeu Augusto, que permanecia passando a mão no rosto como se estivesse ferido; - isso acontece...
- (131) Deixe-me dar uma olhada, disse Carla afastando a mão de Augusto e passando a sua. - Sente que cortou internamente ou machucou a gengiva ou os dentes?
- Não foi nada, respondeu Augusto; - Juro. Não precisa se preocupar!
- Está bem, então! Se você tem certeza...

- Tenho sim! Nada que um suco de maracujá não resolva.

Carla deu um sorriso e começou a retornar à quadra, quando Augusto perguntou: - (132) Gostaria de me acompanhar?

Carla ainda sorrindo, virou-se e respondeu: - (133) Se você puder esperar até eu terminar o jogo com a minha amiga...

Augusto sorriu e assentiu com a cabeça, pensando: (134) valeu a bolada; é como dizem: em todas as situações ruins, sempre sobra coisa boa...

Carla por sua vez, retornou à quadra e foi advertida pela amiga: - (135) Carla! Cuidado com esse sujeito. As meninas já me falaram que ele é um tremendo galinha!

Carla só sorriu e reiniciou o jogo.

Após o término da partida, Carla se despediu de Eunice e foi em direção a Augusto perguntando: (136) - Então? Aquele convite continua de pé?

Augusto brincando, fez um gesto de reverência e apontou em direção ao bar próximo às piscinas, para onde se encaminharam.

Ainda em tom alegre, Augusto perguntou: - e então senhorita, como devo chamá-la?

- É mesmo! Ainda não nos apresentamos! Eu sou Carla! Carla Fioravantti.

Surpreendido, Augusto esforçou-se em (137)

manter a naturalidade, para não revelar que conhecia aquele que, segundo sua lógica, deveria ser o pai ou tio dela e, sorrindo, respondeu: - encantado, senhorita ou senhora?
- Senhorita por mais alguns meses...

- Pois bem senhorita, encantado! Eu sou Augusto Fernatti!
- Prazer senhor Augusto Fernatti!

A conversa preencheu o tempo, que (138) passou rapidamente, fazendo com que Carla se assustasse ao olhar o relógio: - Meu Deus! Já são quase dezenove horas; preciso ir...

Augusto não podia deixá-la ir assim (139) e deu a cartada decisiva: - gostaria de lhe levar até o seu destino, mas infelizmente estou a pé; meu carro quebrou hoje a tarde e fui obrigado a deixá-lo na concessionária.

(140) - Augusto! Se você não pode me dar uma carona, pode perfeitamente aceitá-la!

(141) - Não, não! Carla! Não há necessidade e, além do mais, você está atrasada, não está?
- Na verdade, não! É que eu fico me amarrando para fazer as coisas e quando vejo, me atraso. É sempre assim!

Augusto, satisfeito com a sua boa sorte, sorriu e respondeu: (142) - Certo! Se não atrapalhar, aceito a carona, mas só se não atrapalhar!
- Vamos Augusto! Meu carro está no pátio lateral.

Ao chegarem ao estacionamento, Carla se dirigiu até uma Ferrari preta, sendo acompanhada por Augusto.

Entraram no carro e Carla, após se ajeitar, perguntou: (143) - que tipo de música você gostaria de ouvir?

Augusto olha por alguns segundos diretamente

nos olhos de Carla e diz: - (144)ouviremos o que você preferir; vejamos se temos algo mais em comum, além do suco de maracujá!
- Bueno senhor! Aqui vai!

Começou a tocar um funk; Augusto só olhou para Carla com um ar de reprovação e nada disse.

(145) Carla deu uma gargalhada, olhou para ele e disse: - estava apenas tentando ver se você está sendo sincero comigo... vamos ver essa aqui: um rock suave inundou o interior do carro; Augusto olhou para Carla e afirmou: (146) - Adoro esse conjunto! Acompanho a carreira deles desde que começaram... Carla, interrompendo: - sério mesmo?
- Seríssimo, senhorita!

- Não acredito Augusto! Amo esses caras de paixão! Sempre curtí as musicas deles; tenho quase todos os cds...

- (147) Ao ouvir essa frase, os olhos de Augusto brilharam e ele falou: - pois eu os tenho todos!
- Até aquele, gravado ao vivo durante a última turnê?

- Até aquele doce senhorita!
- Hum! Você me empresta, por favor, Augusto? Eu tinha esse CD, mas o meu querido irmão emprestou para um amigo que nunca mais o devolveu! Tem algumas musicas que só estão gravadas nele e são as minhas preferidas, mas como não fizeram muito sucesso, são pouco executadas e nem conseguir gravar, eu consegui.

- (148) Vou fazer mais que isso! Vou cometer um crime por você, senhorita! Vou piratear esse dito cujo!


- (149) Explodindo de alegria, Carla abraçou Augusto fortemente e assim permaneceu por um tempo. Ao se afastar, sentiu-se um pouco constrangida, mas Augusto, percebendo a situação, disse sorrindo: (150) - se eu soubesse ou melhor dizendo, seu eu pudesse adivinhar que ia receber um abraço tão sincero e gostoso como esse, já tinha te dado o cd original, que, (151) pensando bem, acho que é o que farei!
- Não Augusto, que é isso! Não precisa tanto! Se me deres uma cópia, será suficiente!
- Está decidido! Não se fala mais nisso! Faço questão que você aceite o cd original!
- Augusto, não sei o que dizer...
- Não diga nada! Nada além de que aceita.
Feliz, mas um pouco constrangida, (152) Carla sorri e olhando nos olhos de Augusto diz: - Aonde você estava até hoje que eu não te encontrei!
Augusto apenas sorriu e fez um leve carinho na face de Carla que continuou olhando-o fixamente por mais alguns momentos e então perguntou: - aonde deseja que o leve senhor?

Augusto, continuando a olhá-la respondeu: - aonde mais eu poderia desejar ir, se já me encontro no céu!

Carla sorrindo alegremente disse: - sua casa,

senhor?

Ambos sorriram e Augusto disse: - Jarbas, vamos

até a avenida sete, esquina com a marechal, por favor?

- A caminho, senhor! Respondeu Carla.

Durante o trajeto, o assunto girou em torno das músicas que eles estavam curtindo e ao chegarem, Augusto falou: (153) - vamos subir um pouco Carla? Enquanto preparo um café, copio a imagem do cd para o computador e você já pode levá-lo...

(154) - Não sei, Augusto! Acho que não!

(155) - Por favor, Carla! Não demora nada e eu fico na tua companhia mais um pouco... vamos...

(156) Carla pensou um pouco e disse: - está bem! Mas só alguns minutos...
- Combinado!

Em verdade, (157) Carla também não desejava ir embora. As últimas horas tinham sido tão agradáveis, como há muito tempo não ocorria.

Ao entrarem no apartamento de Augusto, Carla falou: - que lugar gostoso que você tem aqui; é arejado, silencioso, espaçoso e organizado; adorei!
- (158) Fico contente que você tenha gostado! Respondeu Augusto enquanto fechava a porta.

- Carla, fique a vontade! Deixa eu ligar o computador e, enquanto copia, faço o café!

Carla sorriu e sentou-se relaxadamente no sofá.

Augusto copiou o cd e serviu o café, muito elogiado por Carla.

Conversando, Augusto disse: (159) - tenho uma

boa e uma má noticia para te dar, Carla! Qual você prefere ouvir primeiro?

- A má, lógico!
- (160) Eu menti para você, Carla!

(161) Ante o olhar de surpresa de Carla, Augusto complementou:eu tenho dois exemplares do cd do show ao vivo; a boa noticia é que, o cd que eu copiei, é um exemplar original gravado em uma apresentação especial, aonde só foram tocadas aquelas músicas que não fizeram muito sucesso mas que você adora...

Ao contrário de Augusto, que levantou-se e colocou o cd para tocar, (162) Carla não sabia o que fazer. Foi então que, (163) Augusto se aproximou, estendeu sua mão e perguntou: - dá-me o prazer dessa dança, doce senhorita?

(164) Carla olhou-o, segurou sua mão e levantou-se. Augusto a trouxe suavemente para próximo do seu corpo e colando seu rosto ao dela, começou a dançar.

(165) Sentir o corpo de Augusto tão próximo ao seu, a estava deixando sem ação e ao mesmo tempo, cheia de desejos...

(166) Os dois rodopiavam e dançavam como se fossem um só; e como um só, (167) ambos pararam e ficaram se olhando e, pouco a pouco seus lábios foram se aproximando até que se encontraram e suavemente um beijo trocaram! Novamente se olharam e então, (168) loucamente se beijaram! (169) Suas roupas, peça a peça foram sendo tiradas. (170) Os beijos na boca e nos corpos nus, pareciam ser insuficientes ante aquele desejo que os consumia... (171) abraços apertados e beijos molhados... (172) aquelas emoções eram fortes e únicas: um homem e uma mulher (173) no calor das paixões começavam a se pertencer; não haviam palavras, (174) era somente desejo! Louco e desenfreado desejo... insaciável mesmo após o último minuto, (175) o que os levava novamente aos abraços apertados e aos beijos molhados...

(176) Por horas, ao calor das paixões se entregaram e, quando não mais tinham forças, sobre seus corpos nus, o suor se fazia presente, abraçados ficaram, relaxando sobre emoções que de tão intensas, os esgotaram...

Amanhece! A luz do sol começa a iluminar o ambiente! Carla abre os olhos! (177) Por alguns instantes, não sabe onde está, mas olhando ao seu lado, vê Augusto que ainda dorme; (178) lembra dos momentos de intensa paixão por eles vivida, mas lembra também (179) que já deveria há muito estar em casa. Rapidamente se levanta, veste suas roupas, penteia os cabelos e se dirige para onde está Augusto; (180) aproxima-se e o beija na face, o que desperta Augusto que pergunta: - O que houve? Aonde você vai? Ainda é cedo... fique mais um pouco.

Carla sorri; (181) o beija mais uma vez e diz: - me ligue mais tarde...

Vira-se e sai, deixando Augusto a sós com os seus pensamentos: (182) – Yes!! Eu sabia que minha boa sorte não me abandonaria...

VI

Enquanto isso, no outro lado da cidade, Carlos fechava a conta no hotel e se preparava para seguir viagem rumo à casa de praia de Sílvia.

Nathali um pouco abatida, tomava seu café para após, se arrumar para sua consulta com Julio.

Ela nunca havia imaginado que os acontecimentos chegariam a este ponto e, muito menos que seria tão dolorido... mas que fazer? A vida continua.

No horário marcado, ela chegou à clinica de Julio que, após avisado pela recepcionista foi até a sala de espera recebê-la: - Bom dia, dona Nathali! Prazer em tê-la em nossa clinica!

Nathalie esboçou um pequeno sorriso e

acompanhou Julio até sua sala.
- Em que posso ajudá-la dona Nathali?
- Por favor, apenas Nathali.

- Pois bem! Que posso fazer por você, Nathali?

Nathali com os olhos lacrimejando, começou a contar seu drama a Julio que a escutou sem interrompê-la.

Ao término do relato, Julio disse: - bom, aqui temos a sua experiência que, com certeza a deixou muito estressada! Mas necessito que você volte um pouquinho mais e me diga, porque, efetivamente, (183) se viu compelida a ter um romance extra-conjugal.

- Doutor Julio,...

- Sem o doutor, por favor Nathali. Sou terapeuta naturalista, com formação técnica e não superior.

- Certo Julio! Como ia dizendo, não sei bem se esse é o caminho, mas embora amasse meu marido,(184) não conseguia mais me sentir feliz, satisfeita, a ter prazer em qualquer coisa que fizessemos nesses últimos três anos; assim nosso casamento começou a se deteriorar; simplesmente (185) não conseguia retribuir o carinho que Carlos me dava. (186) Quando ele me procurava para que nos amassemos, era uma tortura! Um dia, não agüentando mais essa situação, (187) confidenciei à minha amiga, o que estava acontecendo; ela me disse: - querida amiga, (188) você esta muito estressada! Precisa mudar; fazer alguma coisa diferente! Olha! Tenho uma idéia: amanhã começo a fazer um curso de terapias de vidas passadas; porquê você não vem comigo? (189) Será diferente e quem sabe até te ajude a ser melhor resolvida! Vamos Nathali, vai ser legal! Assim também terei com quem dividir minhas experiências a respeito!

- Assim, concordei com ela e começamos a freqüentar o curso; no começo (190) me pareceu estranho, mas a medida que passavam os dias, eu comecei a me sentir melhor; a me compreender melhor... foi então que os exercícios em sala começaram a ser mais intensos e a exigir uma participação... não! Uma (191) interação maior entre os alunos; alí eu conheci Eduardo e, em uma das nossas (192) vivências em sala de aula, (193) retornamos a uma vida passada, no século xv, onde (194) eu era uma mulher muito linda, mas de origem humilde e casada com um camponês, e (195) Eduardo, um nobre e rico freqüentador da corte francesa. Nos conhecemos por acaso e acabei por me tornar sua amante, primeiro (196) por ter me apaixonado e também porque ansiava por (197) uma vida melhor...

Julio, cortando a narrativa: - espere, por favor; quer dizer que vocês foram amantes em uma vida anterior e voltaram agora fazendo a mesma coisa? E o (198) seu marido, também é o mesmo daquela vida?

- Aí, já não sei dizer Julio! O que posso te afirmar é em relação à minha pessoa, aos meus sentimentos e modo de ser, pois considerando que isto realmente aconteceu, (199) eu não mudei absolutamente nada em relação ao que era; continuo insatisfeita com meu casamento, acho que deixei de amar meu marido... nada me é suficiente por muito tempo; (200) continuo em busca dos prazeres da vida!

- E com relação ao teu (201) organismo físico Nathali, houve algo que permaneceu como era, quero dizer, houve alguma dor, mal estar que (202) existiu naquela vida e continua nesta?

- Interessante essa tua pergunta Julio, porque, pensando bem e pelo que eu posso me lembrar, naquela vida eu e o Eduardo eramos amantes e houve (203) uma ocasião em que nós estávamos transando em um tipo de celeiro quando chegou meu marido; (204) foi horrível a sensação! Principalmente (205) quando ele pegou um ancinho e foi contra Eduardo e transpassou seu corpo com aquelas pontas de ferro sujas de terra e mato; o sangue começou a jorrar do corpo de Eduardo que não conseguiu nem gritar... naquele momento (206) me deu ânsia mas eu não conseguia vomitar, meu estômago doía terrivelmente, me faltava ar. (207) Lembro do rosto em fúria do meu marido, que me olhou como se eu fosse um monstro e então saiu correndo floresta adentro; nunca mais o ví nem soube o que lhe aconteceu! (208) Naquela vida, acabei meus dias sozinha, em uma cabana na floresta...

(209) E agora, vejo que meu desinteresse pelo meu marido, na presente vida, começou a uns três anos, quando eu estava com trinta e dois anos; (210) acho que a mesma idade com que eu contava quando vi meu amante ser morto pelo meu marido. Também me lembro de muitas vezes em que (211) estava com Carlos na cama e sentia uma revolta, estômago revirado ou qualquer coisa parecida, falta de ar... meu Deus! (212) Exatamente as mesmas coisas que senti naquela vida...

Lágrimas escorreram pela face de Nathali, que

naquele (213) momento se deu conta da (214) continuidade e conseqüências daquela trágica experiência.

Julio estendeu-lhe um lenço e falou: - Já temos um quadro bastante definido para estudarmos! Se analisarmos também, tudo que está acontecendo, estabeleceremos um padrão dentro da medicina tradicional chinesa que permitirá que possamos equilibrar suas energias e assim impedir que você venha a agravar sua condição de stress.
- Julio, os aspectos psicológicos influenciam

tanto assim?

- Com certeza! Mas eu só posso te falar a respeito da visão contida na Medicina Tradicional Chinesa e em outras terapias orientais, visto que não sou médico ou psicólogo; portanto, tudo aquilo a que eu me referir, trata de sistemas energéticos a equilibrar, que nada tem a ver com a visão ou sistemas de saúde do ocidente.

Julio, metódico na sua forma de tratar os clientes, possuí em sua sala, um quadro para escrita, mapas contendo os canais energéticos, mapas com os pontos auriculares, mapas de reflexologia, entre outros.


- Nathali, a base terapêutica que utilizo se encontra, praticamente toda ela, resumida nesses mapas pendurados nas paredes; são eles que retratam o sistema energético que compõe nossa estrutura, tanto a nível de estrutura física quanto orgânica. Com o passar dos dias, você verá porque o nosso organismo deve ser tratado como um todo e não como um amontoado de sistemas independentes. Entre os meus instrumentos estão as agulhas para utilização em casos agudos, moxas para quando houver necessidade de calor, alguns óleos essenciais para massagens. Mas o que eu mais utilizo mesmo, são as mãos com resultados na maior parte das vezes, superiores aos conseguidos com os demais instrumentos. O que realmente é importante na execução das terapias orientais, principalmente da medicina chinesa, é a aplicação de suas leis. Na verificação do estado do cliente, a utilização da pulsologia permite analisar a condição existente no momento, pois indica os possíveis desequilíbrios energéticos; se usarmos da análise da língua e de condições fisionômicas, podemos confirmar o quadro fornecido pela pulsologia.
- Complexo isso Julio!

- Na verdade não! É a resposta autentica do estado em que se encontra e que só pode ser fornecida pelo próprio organismo. Dentro da medicina tradicional chinesa, muitas são as possibilidades de análise energética; eu prefiro utilizar as leis que regem os cinco movimentos - em chinês: Wu Xing, onde Wu significa cinco e é decomposto nas quatro estações mais o centro que é a terra; e Xing que significa dirigir, atuar e reporta os movimentos em direções opostas mas complementares: o Yin e o Yang.
Me permita verificar seus pulsos: hum! temos o movimento madeira que refere ou é relativo às energias do fígado/yin e da visicula biliar/yang em batimento duas vezes mais forte que a energia do baço/yin e estômago/yang, o que pode implicar em restrição ao movimento terra e agressão ao movimento metal, respectivamente: energias do baço/estômago e pulmão/intestino grosso, o que confirma o que você sente...
- Julio! Não entendi absolutamente nada!
- Ok, Nathali! Desculpe, mas preciso pelo menos tentar explicar minha linha de conduta.
- Certo! Então o que faremos... exatamente?
- Bom Nathali! Para começarmos, utilizaremos a (215) reflexologia podal.
- Por que não uma (216) massagem relaxante?

- Porquê uma massagem relaxante atingiria

somente tua estrutura física superficial, o tecido mole e, neste momento, precisamos que o relaxamento seja completo, ou seja, aplicar a reflexologia podal será como reiniciar as funções do teu organismo; imagine um microcomputador travado; para que ele volte a operar normalmente, é necessário que você o reinicie; com a reflexologia o resultado obtido é o mesmo.

Após aplicar a terapia, Julio dirigindo-se a Nathali que se encontrava sonolenta, perguntou: - E então, como esta se sentindo?
- Julio! (217) Que maravilha! Estou super relaxada! Parece que não tenho pés, pernas... que delicia! Você não pode continuar, não?
Julio, sorrindo, respondeu: - Não é recomendável, (218) o excesso de estimulo ou do tempo de aplicação, embora não tenha contra indicações pode gerar mal estar, enjôo, etc, pois você libera mais toxinas e impurezas retidas.

- Que pena... e agora? Qual o próximo passo?
- O próximo passo é vermos como teu organismo reage; qual é o teu nível de stress e qual a relação desse stress com os desequilíbrios que constatamos. Deixe-me avaliar pela pulsologia novamente; vejamos... É, houve uma redução na intensidade dos batimentos referentes ao movimento terra...
- E... o que significa, Julio?

  • -Significa que houve um (219) reequilíbrio parcial. Precisamos aguardar até a próxima semana para sabermos mais. Assim, (220) observe o funcionamento do teu organismo em relação ao que você sente;veja a consistência das fezes; cor da urina; enfim, observe-se! Isto será muito útil! Como eu te disse, sóquem pode nos dar uma resposta correta,é o nosso próprio corpo,portanto...

VII

Terminada a consulta, Nathali despediu-se

e partiu. Julio ficou analisando os dados e os resultados, quando Sarah entrou na sala: - Oi Julio! Qual o motivo desse ar de satisfação?

Sarah é uma mulher muito bonita e inteligente; formada em medicina, junto com Julio faz parte da equipe multidisciplinar da clinica. Entre eles, há uma mutua admiração e sempre que possível, colaboração.
- Minha querida Sarah! Acabei de atender uma senhora e obtive resultados promissores... um caso interessante o dela! Você acredita em (221) vidas passadas, Sarah?
- Eu já li alguma coisa a respeito; soube de algumas pesquisas médicas, mas nada conclusivo, pelo menos em relação à medicina. Porque você pergunta isso?
- Curiosidade, Sarah! Curiosidade!
- E você julio, acredita?
- Sim, eu creio que é uma realidade a ser cientificamente comprovada dentro de pouco tempo.
- De onde tanta certeza Julio?
- As pesquisas independentes na Europa e

Estados Unidos já são consensuais de várias maneiras. Da minha parte, já tive algumas experiências... ops! Chegou teu cliente Sarah, se quiser depois continuamos esta conversa...
- Ok! Até já...
Julio observava Sarah se afastar, quando

adentrou à sala, Fátima, recepcionista da clínica: - Julio! Novo cliente para você; aqui esta a ficha dele. Foi encaminhado pelo doutor Francisco e esta acompanhado pela mãe.
- Doutor Francisco? Do Centro de Recuperação?
- Ele mesmo Julio. Junto da ficha, anexei um breve relato feito por ele a respeito do paciente.
- Cliente, Fátima! Cliente!
- Mas, afinal de contas, porquê vocês insistem em chamar as pessoas de clientes e não de pacientes, como era antes?

- Simplesmente,minha querida amiga, porque

hoje dia as pessoas interagem junto ao

profissional,emitem sua opinião, participam de

todo o processo! Não aceitam mais as coisas “pacientemente”! Mas, por favor Fátima, diga ao Drumont e sua mãe que já os atendo; preciso ler a indicação do doutor Francisco antes de mais nada.

- Sozinho, Julio começa a ler o relato:

Prezado Julio,

Encaminho a você, Arthur Drumont, o Dru como gosta de ser chamado.

Ele esta se (222) viciando em drogas pesadas, sendo esta, a terceira vez que foi internado para tratamento. Nós sempre conseguimos recuperá-lo, mas tem ocorrido reincidência e vem se (223) tornando mais difícil a recuperação.

Conforme combinamos naquela palestra em que

nos conhecemos, acredito ser este o caso ideal para que você possa me mostrar a eficácia da (224) auriculoterapia e das outras terapias naturalistas que utilizas. O Dru é uma pessoa muito querida por mim, pois é meu sobrinho, filho da minha irmã que, com certeza, o está acompanhando até você e que poderá detalhar o caso de modo mais abrangente.

Peço-lhe a gentileza de me informar com

freqüência, todo o andamento do processo e se

você necessitar de algum procedimento

diferenciado, me avise por favor.

Dr. Francisco Intella

- Caracas, meu! pensa Julio: isto não vai ser fácil!



A CONTINUAR...